quarta-feira

4ª PARTE

Dr. Sibis chegou em casa completamente transtornado. Não sabia como explicar para a família a origem das marcas no veículo sem parecer que deveria ter permanecido no emprego, mas como paciente. O desejo de se encontrar com a paciente se diluíra como a chuva que secava no vidro de seu carro. Ele morava em um luxuoso condomínio residencial na parte mais rica da cidade. Não era algo que seu dinheiro bancava, mas sim o trabalho de sua esposa.

Era uma condição no mínimo angustiante para ele ser sustentado pela mulher, mas ambos sabiam que a profissão que ele escolhera não lhe daria mais que o suficiente para bancar algumas contas e de resto continuaria escutando seu pai reclamar o tempo todo de não ter seguido a carreira da família, advogado.

Seu carro percorria pelas ruas desertas do condomínio, agora mais ruidoso que de costume depois do acidente, e o que mais desejava era um banho quente e uma noite ardente com sua mulher, mesmo que o calor fosse resultado das broncas que levaria quando ela visse as marcas do carro.

Chegou em casa, estacionou o carro na garagem e preparou-se para chegar a sala pela porta interna da garagem. De repente escutou um estalo na caixa de força, logo ao seu lado, e tudo escureceu. "Deve ser um fúsivel queimado... porcaria!", reclamou enquanto caminhava em direção a caixa,. Trocou os fusíveis e nada de as luzes voltarem. Depois de muito xingar, e alguns socos, desistiu de insistir e preferiu entrar em casa e procurar por velas. Enquanto tateava as paredes em busca da porta, do lado de fora voltava a chover torrencialmente.

- Querida! Onde estão as velas! - Berrou chamando a mulher para trazer alguma luz.

Nada, nenhuma resposta apenas o som da chuva que caía do lado de fora. Um estranho desespero tomou conta da sua mente e correu pela casa tropeçando em móveis e outros objetos, na direção do quarto de sua esposa. De repente no brilho de um trovejar, viu um vulto enegrecido subir pela janela em direção ao segundo piso, e o quarto de sua mulher ficava nesse andar. Enquanto subia as escadas desesperado começou a escutar o choro de uma criança, um choro irritante.

A porta de seu quarto estava entreaberta, e quando faltavam poucos passos para chegar ao objetivo, o choro da criança foi suprimido pelo som de facadas. Sem pestenejar deu um violento chute na porta e preferiu que não tivesse feito. Seu quarto estava completamente encharcado de sangue, na parede, escrito em diversos idiomas, dos quais ele apenas identificava inglês e espanhol, estavam escritas as palavras "Sabemos que sabe", parecendo terem sido feitas há poucos segundos, ainda esocrrendo frescas. A cena dantesca não era pior que o que estava sobre sua cama. O corpo de uma criança de um ano de idade com a cabeça estourada e cujos restos se espalhavam por todo o ambiente.

Dr. Sibis deu mais alguns passos para ver se realmente era verdade e tocou na criança morta. Seus dedos ficaram imundos de sangue, que ainda estava quente. "Meu deus... quem fez isso!", pensava quando escutou um som no banheiro do quarto.

O banheiro do Dr. Sibis era o mais luxuoso da casa, ordem de sua esposa, e tinha os mais variados confortos dos quais mais gostava era a banheira de hidromassagem, onde passaram momentos felizes.

Ele entrou lentamente no banheiro, e abriu a porta. Viu que a cortina do banheiro de hidromassagem estava fechada e havia alguém ali. A hidro estava com a temperatura bem elevada, e uma densa névoa não lhe permitia ver bem quem ou o que estava ali dentro. Tomado pela preocupação de querer encontrar sua esposa, arrancou as cortinas e viu algo que rezava para não ver.

Sua esposa estava boiando na hidromassagem, a água estava completamente vermelha, e borbulhando. Ele a retirou da banheira e constatou o que não queria ver. A carne de sua mulher já estava cozida pela água fervente, e ela tinha dois talhos. Um no pescoço e outro pouco abaixo da linha de cintura, justamente na altura de seu útero. Tomado de terror olhou para os céus pedindo pela alma de sua esposa e viu no teto os dizeres "Continue e verá!" espanhol, inglês e uma terceira que lembrava latin. Em seguida viu algo boiar na água, era um pequeno feto.

Completamente horrorizado, ele começou a escutar pancadas nas janelas e viu vultos negros tentando quebrar os vidros. Estava com um muito medo, e correu para o telefone para chamar alguma ajuda. A linha estava muda. Pegou seu celular e tentou discar para o número de emergência, mas seu celular não conseguia pegar nenhum sinal. Os vultos começaram a bater com mais violência na janela e o vidro começava a rachar.

Tomado de desespero ele correu pela casa em direção da garagem. Enquanto isso escutava as janelas do segundo andar se partirem e passos inúmeros se aproximando completamente indicretos. No desespero podia jurar que vira uma menina de dez anos sentada no sofá da sala assisitindo televisão, mas estava tão transtornado e desejoso por fugir que não deu importância. Os passos estavam cada vez mais próximos, e ele esbarrava nas coisas que derrubara antes e caía no chão. Sua mão imunda do sangue da criança marcava a parede. Até que um no raio salvador o fez ver a saída para a garagem.

Correu e fechou a porta atrás de si, trnacando-a. Sentiu os monstros tentando derrubar a porta, viu mãos negras passando pelo rodapé e tentando segurar seu pé. Seu carro estava ali, tão próximo e tão distante. Apertou o dispositivo que abria automaticamente as portas e não teve resposta. A porta começava lentamente a ceder.
- Eu preciso correr... Eu preciso correr...

Sr. Sibis correu e pulou na porta do carro. Enfiou a chave, a abriu e rapidamente entrou no carro. Os inúmeros seres de sombras arrebentaram a porta da garagem e começaram a cercar o carro. Nervoso, ele tentava colocar a chave e não conseguia fazer contato. Os vidros do carro começavam a rachar. Ele podia escutar um sussuro vindo das sombras. "Nós sabemos...", diziam os sussuros. De repente ele viu uma mão quebrar os vidros e fechou os olhos forte, pedindo clemência.

E tudo silenciou. O carro parou de tremer, não escutava mais vozes, apenas o som de uma frigideira ao longe fritando algo. Sentiu cheiro de bacon. Aos poucos abriu os olhos, estava em seu carro. Os vidros inteiros, a porta da garagem sem nenhum arranhão.
- Querido? Você está aí? - Perguntou uma doce voz feminina vinda da cozinha.
- Estou!

Dr. Sibis foi atéa cozinha e viu sua esposa terminando de aprontar um jantar especial para aquele dia. Ela o beijou e ele retribuiu dando um beijo nela como nunca dera antes. A mulher estranhou tanto carinho, mas preferiu curtir o momento do que questioná-lo. Quando o beijo termina um sorri para o outro.- Gostei, poderia fazer mais vezes... - Diz sua esposa, com um sorriso maroto.
- Talvez daqui a pouco... - Respondeu, indo para a sala.

Chegou até a sala e sentou-se. Pegou o jornal do dia, folheou algumas páginas. "Tinha sido uma visão, algo gerado pelo susto do acidente", pensou. Sua mulher tornou a chamar e enquanto caminhava para a cozinha viu na parede do corredor algo que não tinha visto antes, a marca de sua mão em sangue. Olhou para si mesmo e viu, o sangue ainda estava em suas mãos.

Dr. Sibis gelou... (...)

3 comentários:

Mila disse...

eu tô ficando com medo...

O.o

mto bom galera! ^^

r.farias disse...

5º Parte Pronta ...

Abraço

Larissa Santiago disse...

velhooo, tah muito bizarro..
cada escritor melhor q o outroo!!!
massa!